quarta-feira, 11 de novembro de 2009

E a Barbie se casou...


Quando criança, fantasiava sobre o casamento. Não, não pensava em príncipe no cavalo branco: ele já era cafona. Ao contrário, me lembro que meu imaginário marido era engraçado, fofo, estaria sempre do meu lado.

Lá pelos 11 anos, não sei ao certo o porquê, decidi (como se se decidisse algo nessa idade!) que queria sim ter filhos, mas que não queria me casar: seria uma mulher solteira, bem-sucedida, com apartamento, carro (que materialista!) e uma criança, de preferência menina. Não sei, acho que a opção “solteira e bem resolvida” estava na moda na época. A verdade é que nunca podemos tomar as decisões na vida antes de catarses. E ele ter aparecido na minha vida foi uma.

Cedo, bem cedo, aos 12, ele surgiu. Como quem não quer nada, mais um; não, não era mais um: diferentemente dos outros rapazes, por ele meu coração batia forte, eu ficava com cara de babaca e mal conseguia andar de tanta tremedeira.

Não queria namorar, eu queria mesmo era curtir. Só que com ele era muito diferente...com os outros, na segunda vez, eu já enjoava das piadas, da voz, do beijo...dele não! A sensação era sempre “poderia morrer agora, estaria feliz”, mas sempre com o desejo de não morrer. Não naquele momento, para que outros daqueles existissem.

Depois de um tempo, resistindo a tantas cenas à La “Malhação”, éramos namorados, mesmo que não ditos. Eu já não pensava mais no meu apartamento e na minha filha; queria dividir, compartilhar, somar, multiplicar. Com ele? Eu queria, mas tinha certeza de que não seria. Ele era o garanhão, o que contava, não o que qualificava. Não, ele não ia querer.

Quando vi, tínhamos 4, 5, 9 anos de namoro! Ok, no meio disso tudo, meu ímpeto “quero ser uma mulher bem-sucedida” voltou a aparecer, e eu cogitei jogar tudo pro alto, fazer um mestrado fora, viajar o mundo e que se dane namorado, marido, casa...quem precisa disso?

Só que não dava mais, eu já queria o que, por vezes, abominava. Queria chegar em casa e ver meu marido, queria engravidar, ouvir as primeiras palavras do meu filho...

E olha, não é que ele também queria?! Primeiro: planos. Segundo: aliança na mão direita. Terceiro: preparativos. Quarto: (muitas) contas – como casar é caro!

E depois, quando dei por mim, estava de braços dados com meu pai, com as portas da igreja fechadas ouvindo a clarinada anunciando que a noiva – EU – já ia entrar.

E neste 17 de outubro, minhas bochechas doeram de tanto que eu sorri. Não por causa do cabelo que ficou bacana, pelo buquê que agradou, mas sim por estar ao lado do meu amor, o único da minha vida, para quem eu vim, realizando um sacramento: nosso matrimônio.

E, depois desse dia, não foi só a aliança que mudou de mão: a minha vida mudou de lugar. Chegar em casa, na nossa casa, encontrá-lo e pensar “agora somos uma família!” é muito mais emocionante do que ouvir a marcha nupcial, mesmo você sendo a noiva.

2 comentários:

  1. ooo meu Deus, como vc me emociona... juro que meus olhos se encheram d'água lembrando do SEU dia 17 de outubro... td tão lindo, tão especial. amo amiga, muito!!!

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  2. Que história linda! Amei seu blog Edy! Bjos

    http://huandra.blogspot.com/

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